domingo, 29 de abril de 2012

Romance de comédia social

Como uma viagem a Itália desperta Miss Lucy Honeychurch, inglesinha educada com chá, partidas de ténis e “Beethoven a mais”
É uma Primavera, no princípio do século XX. Ingleses mais ou menos abastados desembarcam em Itália para uma temporada artística, com o seu quê de Giotto e Boticelli. Alojam-se em pensões inglesas, comem entre ingleses, passeiam com ingleses. As solteironas estendem pedaços de gabardine em cima das velhas pedras, para não se constiparem. Continuam a tomar chá. A soprar nas luvas, quando as descalçam. E a acompanhar as jovens solteiras, que não devem, simplesmente não devem, andar sozinhas. O mundo é um quarto com vista. Avista-se. Correndo tudo conforme o esperado, sem riscos, sem história. 
Neste romance de comédia social, Forster ocupa-se de um dos seus temas favoritos: a imaturidade da classe média inglesa, aqui representada por um grupo de turistas expatriados em Florença. Os turistas ingleses são observados com um olhar minuciosamente irónico. A exceção é Lucy Honeychurch, uma jovem fascinada pela exuberância da paisagem humana e que, apesar da sua educação vitoriana, procura agir com naturalidade.
Nas suas relações com a preconceituosa prima Charlotte, os pouco convencionais Emersons e o arrogante noivo, Lucy vê-se dividida entre as atividades sociais e os sobressaltos do coração.


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